Dentro do contexto das últimas tendências em Inovação e Tecnologia no setor de Tintas, existe uma experimentação do rápido avanço da tecnologia, com novos produtos e soluções surgindo a cada dia.

Entre esses avanços, existe o uso de Grafeno em tintas. O Grafeno é um nanomaterial de carbono de alta performance, conhecido por sua resistência e condutividade elétrica e térmica excepcionais. Estas propriedades fazem do Grafeno uma opção atraente para a fabricação de revestimentos inteligentes.

No post de hoje, a W2S Consultoria Ltda mostra como o Grafeno pode ser utilizado para criar tintas e revestimentos autorreguláveis e suas vastas possibilidades de aplicação. Também falamos sobre como essa inovação vem sendo aplicada aqui no Brasil.

Qual a finalidade de um revestimento?

A finalidade da aplicação de um revestimento pode ser decorativa, funcional ou ambas. Eles são onipresentes e podem ser encontrados em paredes, móveis, em todo tipo de fios e circuitos impressos, no exterior de casas e carros e muito mais. Além disso, as funções decorativas abrangem um espectro bastante amplo.

Os revestimentos decorativos são usados principalmente por sua cor, textura ou outra propriedade visual. Por outro lado, os funcionais são aplicados para alterar as propriedades da superfície do substrato, tais como adesão, resistência à corrosão, resistência ao desgaste e muito mais. Em alguns casos, este elemento acrescenta uma propriedade totalmente nova, como uma resposta magnética ou condutividade elétrica e forma uma parte essencial do produto acabado.

O que é Grafeno?

Formado por uma camada bidimensional de átomos de carbono, disposta na forma de uma grade alveolar. Ele é dotado de uma abundância de características surpreendentes. Este elemento é considerado uma substância fina, formada por um átomo grosso e de material mais leve, mais forte e mais fino conhecido pelo homem, bem como o melhor condutor de calor e eletricidade já descobertos – e a lista não termina aí! Esse material se tornou objeto de pesquisas bem aprofundadas, e pensa-se que seja capaz de revolucionar indústrias inteiras, visto que os pesquisadores trabalham em diversos tipos de materiais baseados em grafeno, sendo cada um com qualidades e propósitos únicos.

Utilização do Grafeno em revestimentos

A vasta seleção de propriedades extraordinárias que o grafeno possui pode abrir portas para muitos tipos interessantes de revestimentos e tintas. A alta resistividade do Grafeno pode fazer com que revestimentos se tornem mais duráveis, que não rachem e sejam resistentes à água e ao óleo; sua excelente condutividade elétrica e térmica pode ser usada para fazer várias tintas condutoras, e um forte efeito barreira pode contribuir para revestimentos anti-oxidantes, resistentes a riscos e protegidos contra raios UVA nocivos.

Esta tecnologia permite uma ampla gama de funcionalidades em revestimentos e tintas, para muitas aplicações. Entre estas podem estar adesivos de alto desempenho possibilitados pela propriedade de alta adesão do grafeno, revestimentos antibacterianos, tintas solares (capazes de absorver e transmitir energia solar), revestimentos antiferrugem, tintas antiembaçantes e bloqueadores de raios UV, revestimentos antiaderentes para várias aplicações domésticas (como frigideiras e bancadas) e até mesmo uma possibilidade atualmente sob pesquisa científica de um revestimento que transforma uma parede normal em uma tela.

Cenário comercial do Grafeno

Os produtos otimizados com o uso de Grafeno ainda não são amplamente comercializados. No entanto, dada a impressionante variedade de suas aplicações e os avanços e investimentos quem vem ocorrendo em pesquisas, os revestimentos otimizados com Grafeno não devem estar muito longe de alcançarem uma maior escala produção e de comercialização.

A Sixth Element Materials, uma empresa chinesa que se concentra em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), na produção em massa e vendas de Grafeno e materiais relacionados, lançou seu primer anti-corrosão de grafeno, utilizado para torres eólicas offshore, que pode chegar a um preço competitivo em comparação com o primer époxi rico em Zinco.

A Garmor Tech, uma extensão da University of Central Florida, elaborada para desenvolver um novo processo de produção de flocos de óxido de grafite, desenvolveu revestimentos à base de óxido de grafite úteis para limitar os danos causados pela radiação UV em sensores e polímeros. Os filmes GO transparentes da Garmor são derivados de um processo comercialmente viável e escalável que pode ser prontamente implementado com o mínimo de restrições.

E no Brasil, como estamos?

Uma grande referência em inovação de lançamento de produtos no setor é a Gerdau Graphene, empresa que foi lançada pela Gerdau, através do Gerdau Next. O foco da empresa é o desenvolvimento e a comercialização de produtos a partir da aplicação do grafeno. Com isso, é gerado mais valor para os produtos e para os clientes, visto que traz benefícios através das propriedades mecânicas do nanomaterial. A empresa iniciou em 2019, a partir da parceria da Gerdau com o Centro de Inovação de Engenharia de Grafeno (GEIC, da sigla em inglês) da Universidade de Manchester, no Reino Unido.

Em 2022 lançou o primeiro aditivo químico para o mercado de tintas, em parceria com fabricantes locais. Com esse aditivo, a nova tinta apresenta um ganho de lavabilidade e pode ser utilizada em pisos de concreto, cimento, metais e asfalto, áreas de tráfego leve, e também em quadras poliesportivas, escadarias, calçadas, ciclofaixas, áreas de lazer, pisos comerciais.

A Gerdau Graphene já está em uma posição de grande relevância no desenvolvimento de grafeno no continente americano. Possui seu escritório principal em São Paulo, e uma filial nos Estados Unidos. A empresa é resultado de uma fusão de material com múltiplas aplicações, e tem previsão de oferecer ainda mais tecnologia para os setores industriais no Brasil e na América do Norte.

É unanime entre os pesquisadores que se trata de um material inovador e que contribui de forma muito relevante para criação de novos revestimentos e tintas funcionais.

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parte desse artigo foi retirado do portal www.graphene-info.com

-POR Wiliam Saraiva