O uso do PVC não se baseia na formulação de tinta total, mas sim na composição volumétrica do revestimento seco (pigmentos e cargas), indicando a quantidade necessária a ser utilizada na formulação para obter bom desempenho da tinta. O PVC se refere à porcentagem de todos os pigmentos e cargas, se PVC=60% indica que possui 60% de pigmentos e cargas e 40% parte seca de resina, para atingir esse valor é necessário determinar o valor de PVC no início da formulação e realizar o balanceamento de matérias-primas de pigmentos, cargas e resina para atingir a proporção específica desejada. Os valores são escolhidos de acordo com o que se espera dos resultados dos testes desejados como, permeabilidade ao vapor de água (porosidade), resistência à abrasão, brilho do revestimento, etc., e para cada parâmetro deve ser escolhido uma matéria prima específica, por exemplo, para resistência à abrasão o uso de matérias-primas que aumentam a resistência deve ser adicionados matérias primas com dureza elevada. Lembrando que cálculos e uso de ferramentas de software de formulação como a Infopaints – disponibilizada no site da W2S consultoria, são utilizadas para uma prévia, mas testes de laboratórios são necessários para validar e verificar o desempenho da formulação final. Em relação ao brilho, se a tinta será brilhante, então o PVC deve estar aproximadamente em 15%, se fosca o PVC deverá ser calculado entre 45% e 80%.
Adaptado: Conceição, 2006.
Já o CPVC nos diz o mínimo de polímero (resina) a ser adicionado para determinada composição de pigmento, de forma que as partículas ali presentes estejam com quantidades adequadas de resina para recobrir e formar um filme adequado. Quando o valor de PVC é maior do CPVC, significa que possui quantidade de pigmento maior que resina, e que os pigmentos não estarão adequadamente cobertos pela resina, causando baixa resistência à abrasão. Objetivo é possuir resina o suficiente para cobrir todos os pigmentos e cargas. Sendo assim, na busca de uma tinta de qualidade, deve-se formular de maneira que se obtenha PVC = CPVC, ou seja, a concentração de pigmentos deve ser igual a concentração crítica de pigmentos, pois representa o ponto ótimo e a tinta terá a melhor combinação e eficiência em suas propriedades.
O fator Lambda λ (concentração reduzida de pigmento) relaciona PVC/CPVC e se busca valores de λ ≤ 1. Na comparação da PVC com a CPVC como parâmetros de análise de formulações, é importante ressaltar que a PVC depende apenas da proporção de carga utilizada, enquanto a CPVC tem a influência também do tipo de carga, pois depende da absorção de óleo por este componente, faixas de PVC/CPVC para diferentes tintas e algumas das propriedades em função dessa característica são demonstradas a seguir.
Fonte: Antunes, 2018.
A quantidade de sólidos restantes após a evaporação dos componentes voláteis da tinta é significativamente menor em volume do que em peso, devido à densidade dos materiais utilizados na formulação da tinta. Formulações padrão com 52% de sólidos por peso geralmente contêm de 25 a 30% de sólidos por volume. Em termos práticos, se aplicarmos 100 micrômetros de tinta úmida, após a secagem restarão cerca de 25 a 30 micrômetros de revestimento seco. Isso significa que 70 a 75% do volume do filme úmido evapora durante o processo de secagem.
Esses métodos são essenciais para garantir que as tintas tenham a composição correta para proporcionar cobertura, durabilidade e desempenho adequados, conforme necessário para diferentes aplicações, esses testes garantem a qualidade das tintas juntamente com os testes do Programa Setorial da Qualidade (PSQ).
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REFERÊNCIA
Antunes, F. P. Obtenção e caracterização de tinta hidrofóbica. Julho, 2018.
Arthur P. Formulating of latex paints using the relationship between PVC and CPVC.
Conceição, P. R. N. Utilização de análise multivariada de dados na otimização de mistura de minerais industriais para formulação de tintas. 2006.