Contaminação Bacteriana e Saneantes Domissanitários

Os saneantes domissanitários são destinados à limpeza, desinfecção e desinfestação. Os produtos mais produzidos são os detergentes, amaciantes, desinfetantes e água sanitária. Dentre eles, os detergentes e os amaciantes, por apresentarem pH próximo da neutralidade, são mais suscetíveis à contaminação microbiana. O componente ativo dos detergentes, o Alquil benzeno Linear (LAS), pode ser degradado por bactérias sulfato redutoras (BRS). A redução do sulfato por estas bactérias resulta na produção de sulfeto de hidrogênio (H₂S), que é um gás incolor de cheiro desagradável.

Bactérias redutoras de sulfato são um grupo de micro-organismos versátil, pois crescem em uma ampla faixa de pH entre 6 e 9, são mesófilas, crescem a temperatura entre 20°C e 40°C, utilizam toda a cadeia de ácidos graxos voláteis, aromáticos, hidrogênio, metanol, glicerol, açúcares, aminoácidos e vários compostos e, apesar de serem organismos anaeróbios, apresentam tolerância ao oxigênio (LENS et al, 2002; CHERNICHORO, 2007 apud MESQUITA, 2015). Na área produtiva, os micro-organismos são introduzidos ao produto final durante o processo através de equipamentos mal higienizados, matérias-primas e água contaminados.

A água, por fazer parte de várias etapas do processo, como, por exemplo, limpeza e desinfecção dos equipamentos, matérias-primas e produtos, representa um risco importante de contaminação ao produto final. Por essa razão, deve apresentar qualidade microbiológica de acordo com a Portaria GM/MS n° 888, de 04/05/2021, que determina os padrões de qualidade da água para consumo humano e potabilidade. Em geral, também são adicionados aos detergentes e amaciantes conservantes, que podem ser consumidos parcialmente ou totalmente ao eliminar micro-organismos durante o processo produtivo. A redução na concentração dos conservantes pode induzir a injúria metabólica, onde as células são inativadas temporariamente pela lesão causada pelo antimicrobiano, tornando difícil saber se o organismo morreu ou, se a falta de crescimento em placas durante o controle ocorreu devido à injúria bacteriana (SCHNEIDER, 2020). No entanto, o estado de injúria é reversível; após algum tempo de atraso, as células recuperam sua capacidade de crescimento normal (WACHES et al, 2009).

Portanto, a implantação de Boas Práticas de Fabricação e um plano de controle microbiológico quantitativo e qualitativo rigorosos é fundamental para minimizar os riscos de contaminação microbiológica na fabricação e garantir a segurança do consumidor final. A realização de sanitização, monitoramento contínuo nas fábricas que produzem produtos à base de água, e a correta escolha e dosagem de ativos são cruciais para evitar problemas de recall. A W2S Consultoria oferece o know-how necessário para assessorar empresas e profissionais nesse desafio, proporcionando soluções eficientes e personalizadas que asseguram a qualidade e a integridade dos seus produtos.

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Por Maria Zaza

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