Durante toda essa semana, falamos aqui no perfil sobre práticas sustentáveis e ações de órgãos governamentais para a diminuição dos impactos causados pelo ser humano no meio ambiente.
Quando foram idealizados, lá em 2015, os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis), surgiram com a proposta de erradicação da fome e da pobreza, minimização da ação do homem na natureza e seus impactos climáticos, e propostas de garantir condições sociais iguais a todos, pautados na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) e demais normas protetivas que assegurem a equidade de oportunidades educacionais, profissionais, de acesso à saúde e recursos básicos à toda a população, sem distinção racial, de gênero ou quaisquer outras formas de segregação.
Dentro dos Objetivos, também é possível encontrar algumas metas, que servem como a descrição de propósito e modo de fazer de cada um deles, e ao todo, são 169 metas, divididas entre os 17 ODS, que são eles:
- ODS 1: Erradicação da pobreza – Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;
- ODS 2: Fome zero – Eliminar a fome, alcançar a segurança alimentar e melhor nutrição e promover a agricultura sustentável;
- ODS 3: Saúde e bem estar – Assegurar vidas saudáveis e promover o bem estar para todos em todas as idades;
- ODS 4: Educação de qualidade – Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizado por toda a vida de todos;
- ODS 5: Igualdade de gênero – Alcançar a igualdade de gênero e capacitar todas as mulheres e crianças;
- ODS 6: Água limpa e saneamento – Assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável de água e saneamento para todos;
- ODS 7: Energia limpa e acessível – Assegurar o acesso à energia confiável, sustentável, moderna e a preço acessível para todos;
- ODS 8: Emprego digno e crescimento econômico – Promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, emprego integral e produtivo, e trabalho decente para todos;
- ODS 9: Indústria, inovação e infraestrutura – Construir infraestrutura resiliente, promover industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação;
- ODS 10: Redução das desigualdades – Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles;
- ODS 11: Cidades e comunidades sustentáveis – Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;
- ODS 12: Consumo e produção sustentáveis – Assegurar padrões sustentáveis de consumo e de produção;
- ODS 13: Combate às alterações climáticas – Adotar ações urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos;
- ODS 14: Vida debaixo d’água – Conservar e usar de modo sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável;
- ODS 15: Vida sobre a terra – Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, promover a gestão sustentável de florestas, combater a desertificação, cessar e reverter a degradação da terra e cessar a perda de biodiversidade;
- ODS 16: Paz, justiça e instituições fortes – Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, oferecer a todos o acesso à justiça e construir instituições efetivas, responsáveis e inclusivas em todos os níveis;
- ODS 17: Parcerias em prol das metas – Fortalecer os meios de implementação e revigorar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Tendo papel fundamental na criação dos ODS, o Brasil realizou seu próprio planejamento, traçando uma estratégia de como alcançar todas as 169 metas propostas dentro do período proposto pela Agenda 2030, também instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas).
E apesar de apresentar políticas e estrutura que favoreçam o bom desempenho, além de possuir as leis mais completas e avançadas do mundo quando se trata de meio ambiente, nosso país tem demonstrado rendimento insuficiente em muitos pontos, se colocando cada vez mais, na lanterna na corrida da sustentabilidade.
No último Relatório Luz, elaborado pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil no meio deste ano, evidenciou que além do retrocesso presente em todas as metas dos ODS, os principais afetados pela falta de ação governamental são quem mais deveríamos proteger: a população vulnerável e mulheres e crianças de etnias negra e indígena.
Existe salvação?
Ainda no Relatório Luz, apesar das conclusões pessimistas para todas as metas, ainda permanecemos confiantes em um deles: ODS 7 de energia limpa e acessível. Isso porque, mesmo com baixo rendimento e métricas pouco favoráveis, o país tem investido em novas fontes de energia, como a eólica, e em comparação com o Relatório do ano anterior, mostrou progresso nos indicadores das metas dos Objetivos.
Embora a adoção e o investimento em novas fontes de energia renováveis (ERs), como a biomassa, hidráulica, e além da já comentada, eólica, estejam congruentes com a Agenda 2030 e o Acordo Paris para a descarbonização mundial, a implementação tem sido lenta, e segundo dados do Greenpeace Brasil, têm seu potencial pouco exploradas no país, e destaca que para a evolução completa do setor energético brasileiro, deve-se, juntamente com o apoio governamental, tecnológico e científico:
- Implementar soluções renováveis, especialmente por meios de sistemas de energia descentralizados e da expansão das redes de transmissão;
- Respeito das condições ambientais na construção de novos projetos energéticos;
- Eliminação gradual de fontes de energias fósseis e/ou impactantes;
- Melhorar a distribuição dos recursos energéticos e naturais;
- Quebrar o vínculo entre o crescimento econômico e o uso de combustíveis fósseis.
Ainda é cedo para dizer que falhamos, mas há muito trabalho a ser feito.
Como a química brasileira pode ajudar nesta nova fase energética?
Pioneiro no uso de fontes alternativas de energia, o Brasil possui políticas e programas para a regularização do uso de biocombustíveis desde a década de 1970. Entretanto, mesmo que a Química Verde avance de maneira promissora no país, e ganhe cada vez mais espaço, ainda é preciso buscar por uma versão que também seja sustentável, já que a emissão de CO2 e demais gases causadores do efeito estufa se mostra preocupante.
Para tal, o investimento em novas tecnologias e a busca por matérias primas diferenciadas tem sido constante. No auxílio para a redução do consumo de combustíveis fósseis, o biodiesel e o etanol, além do uso de catalisadores e a adoção de processos de hidrogenação a metanol, produção de hidrocarbonetos, carbonos orgânicos e outras formas de substituição – já que a eliminação é inviável – do uso de matérias fósseis, são a chave para tornar os processos produtivos mais sustentáveis, apesar de todos os desafios.
Se você leu até aqui e gostou desse assunto, assine nossa newsletter e conecte-se com a W2S em todos os nossos canais de comunicação para não perder nenhum assunto sobre química e gestão sustentáveis. Até a próxima quinzena!