O uso do cloreto de metileno como removedor de tintas e vernizes tem sido uma prática comum no segmento de tintas, devido às suas excelentes propriedades de solvência e eficácia na remoção de revestimentos. No entanto, esse composto orgânico volátil, é classificado como cancerígeno (categoria 3) e apresenta sérios impactos na saúde do consumidor e dos trabalhadores da indústria, isso levanta preocupações não apenas em relação à saúde do consumidor e dos trabalhadores, mas também sobre os impactos ambientais e sociais em toda a cadeia de fornecimento.
Nesse contexto, o ESG (Environmental, Social, and Governance), ganha uma relevância ainda maior para as empresas do setor, que desejam estar alinhadas as melhores práticas de segurança do produto, independente de regulamentações vigentes em nosso país.
O cloreto de metileno foi banido na Europa há alguns anos e a proposta de proibição da fabricação, processamento e distribuição no comércio para maioria dos usos industriais pela agência americana EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA), torna evidente que a cadeia de fornecimento aqui no Brasil precisa adotar medidas sustentáveis e responsáveis para enfrentar esse processo.
A avaliação dos aspectos ambientais e sociais são fundamentais para promover a transição por alternativas mais seguras e menos tóxicas.
Essa matéria-prima é frequentemente utilizada como um solvente eficiente para remover tintas e vernizes em diversos objetos e superfícies. Sua eficácia nesse processo é inegável, mas os riscos inerentes ao seu uso precisam ser levados em consideração. Quando o cloreto de metileno é aplicado, a evaporação rápida do solvente leva à liberação de vapores tóxicos, que podem ser inalados pelo consumidor ou pelo trabalhador da indústria. A exposição a esses vapores pode causar uma série de problemas de saúde, tanto a curto como a longo prazo.
Os consumidores que utilizam produtos contendo cloreto de metileno, como removedor de tintas, podem estar sujeitos a irritações na pele, nos olhos, no nariz e na garganta, bem como sintomas como tonturas e dores de cabeça. Além disso, a exposição crônica a esse composto pode levar a problemas respiratórios e danos a órgãos como fígado e rins. Outro aspecto preocupante é o potencial efeito carcinogênico do cloreto de metileno, que pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer em casos de exposição prolongada.
Para os trabalhadores da indústria de tintas que manuseiam o cloreto de metileno regularmente como parte de suas atividades profissionais, os riscos à saúde são ainda maiores. A exposição ocupacional pode levar a problemas respiratórios crônicos, danos ao sistema nervoso central e afetar adversamente a função hepática e renal. O banimento na Europa e a proposta de proibição nos Estados Unidos refletem a necessidade de priorizar a saúde e a segurança desses trabalhadores, aspectos fundamentais para empresas que desejam se posicionar estrategicamente em ESG.
Para além de programas sociais solidificados, é importante que as ações de vanguarda sejam empregadas ao capital humano, colaboradores das empresas, também inclusos no S do social do ESG.
Diante desses fatos, é crucial buscar alternativas mais seguras e sustentáveis para substituir o cloreto de metileno como removedor de tintas e vernizes. A indústria de tintas deve investir em pesquisa e desenvolvimento para encontrar soluções menos tóxicas, como solventes orgânicos de menor impacto à saúde e ao meio ambiente.
Além disso, o desenvolvimento de técnicas de remoção de tintas que não envolvam o uso de solventes químicos também deve ser incentivado.
Informações claras sobre os perigos associados a esse composto devem ser divulgadas, e a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) deve ser obrigatória para aqueles que ainda precisam lidar com esse solvente.
Ao considerar o ESG, as empresas do setor de tintas devem buscar soluções que reduzam os riscos à saúde do consumidor e dos trabalhadores, minimizem o impacto ambiental e garantam práticas justas e seguras para os funcionários. Isso envolve a busca por solventes orgânicos menos tóxicos, investimentos em pesquisa e desenvolvimento para inovação de produtos e processos, além da conscientização e treinamento dos trabalhadores quanto ao uso seguro de materiais.
Além disso, a implementação de práticas de ESG também pode influenciar a reputação da empresa e sua posição no mercado, uma vez que os consumidores e investidores estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade e a responsabilidade social das organizações.
A cadeia de fornecimento, incluindo fornecedores de matérias-primas e fabricantes de produtos, deve ser cuidadosamente avaliada e monitorada para garantir a conformidade com as regulamentações e o alinhamento com as metas de ESG da empresa. A transparência e a responsabilidade são elementos essenciais para criar um ambiente de negócios ético e sustentável.
Em conclusão, o uso do cloreto de metileno como removedor de tintas e vernizes tem sido uma prática comum no segmento de tintas, mas seus impactos na saúde do consumidor e dos trabalhadores da indústria são motivo de preocupação. O banimento na Europa e a proposta de proibição nos Estados Unidos refletem a necessidade de adotar medidas rigorosas para proteger a saúde pública no Brasil. É imperativo que a indústria de tintas busque alternativas mais seguras e sustentáveis para substituir o cloreto de metileno, enquanto se promove uma conscientização adequada sobre os riscos associados a essa substância. A saúde e o bem-estar das pessoas devem estar sempre em primeiro lugar, e a proibição do cloreto de metileno é um passo importante nessa direção.
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